A violação representa um atentado claro aos direitos humanos das mulheres, despojando-as da sua humanidade, humilhando-as, objetificando-as e deixando na maior parte das vezes, feridas profundas para o resto das suas vidas.
A bancada do Bloco de Esquerda apresentou uma moção na qual condena a violência contra as mulheres, os crimes de género e exorta a Assembleia da República a tomar as medidas necessárias tendentes à classificação da violação como crime público.
As lesões levaram os recrutas ao hospital e alguns deles poderão ficar com limitações que eventualmente inibirão o ingresso na Guarda. Este tipo de acontecimentos ilustra a cultura de violência instalada no interior das forças militares e de segurança, como várias organizações nacionais e internacionais denunciam há anos.
Estas posições, que confirmam na primeira pessoa o racismo latente na sociedade portuguesa, revelam ao mesmo tempo a ignorância e o preconceito de uma pessoa que o PS escolheu para ser o número dois de uma grande autarquia. Ao fazer a apologia da violência policial, o dirigente socialista ignora o sofrimento das pessoas que viveram os abusos de autoridade que relatórios internacionais sucessivamente denunciam.
Na saudação proposta pelos bloquistas referia-se que em Portugal ainda há muitas mulheres a serem vítimas de violência de género, particularmente por parte de homens que lhes são próximos. Segundo a UMAR, até 20 de novembro de 2018, 24 mulheres foram assassinadas em contextos de intimidade ou de relações familiares.