No dia 15 de Outubro teve lugar no Pavilhão Polivalente de Odivelas a instalação da nova Assembleia de Freguesia de Odivelas. Na mesma sessão foi empossado o executivo que irá dirigir a Junta de Freguesia nos próximos quatro anos.
Das eleições de 29 de Setembro resultou uma assembleia de freguesia em que o Partido Socialista (PS) foi o partido mais votado, mas sem maioria absoluta. O PS obteve 9 dos 21 mandatos. A CDU, segunda força mais votada, ficou com cinco eleitos na assembleia. O PSD, que tinha a maioria no último mandato, passou a terceira força política, elegendo igualmente cinco elementos. No quarto lugar aparece o CDS, que candidatou o anterior presidente da junta. O Bloco de Esquerda subiu a sua votação e manteve o mandato conquistado há quatro anos.
Num pavilhão repleto de cidadãos e cidadãs, PS e PSD consumaram o acordo para assegurar a gestão da freguesia, até 2017, sob a presidência de Nuno Gaudêncio (PS). O bloco-central na freguesia de Odivelas estará debaixo de forte vigilância dos restantes partidos com assento na assembleia, tendo em conta os discursos dos seus representantes.
Sara Simões eleita do Bloco de Esquerda para a Assembleia de Freguesia de Odivelas, na sua intervenção de tomada de posse, fez questão de lembrar que as consequências das políticas de austeridade do Governo e da troika atingem todas e todos, sem exceção, pelo que não é possível pensar uma política para a freguesia ignorando as opções políticas dos partidos da troika.
Reafirmando o compromisso do Bloco com a gestão púvlica dos serviços que as pessoas necessitam para o seu dia-a-dia, Sara Simões lembrou que o BE bater-se-á pelo alargamento da participação cidadã na vida, destacando a intenção de propor referendos locais sempre que estejam em causa questões centrais para as populações. A bloquista acrescentou ainda que o seu partido “não abdica de uma esquerda forte por uma oportunidade de governar.”
A intervenção da eleita do Bloco terminou com um forte e sentido apelo à participação de todos e todas as cidadãs nas lutas contra as políticas de austeridade que se avizinham, em particular depois da apresentação da proposta de Orçamento de Estado para 2014.
Podes ler a intervenção completa abaixo:
Boa noite a todos e a todas, Quando iniciámos a nossa campanha, há sensívelmente dois meses, afirmámos: "Votar no bloco é dar força à esquerda que tem lutado, em todos os espaços de intervenção, por uma participação cidadã mais alargada (propondo referendos em questões que afectam
directamente a vida das pessoas), significa apoiar quem luta contra a sobreposição dos interesses financeiros às necessidades das pessoas e é votar em quem não abdica de uma esquerda forte por uma oportunidade de governar." e não descurando nenhum dos compromissos que assumimos aquando da eleição, é precisamente de participação cidadã que vos quero falar hoje. O país está a ser alvo do ataque mais brutal que conheceu desde o 25 de abril. o ataque é geral e não poupa ninguém. em odivelas, como no país, as nossas crianças estão mais pobres, o número de desempregados não pára de aumentar, os trabalhadores são cada vez mais precários, os reformados e pensionistas sobrevivem na miséria. a estas dificuldades, soma-se um novo orçamento de estado que pretende acelerar a destruição das condições de vida dos portugueses e do estado social. É por isso que deixo um convite a todas e todos os presentes, para que não deixem de se juntar aos protestos de dia 19 de outrubro - da cgtp e de dia 26 de outrubro - do que se lixe a troika. cada um de nós é fundamental na resistência à política de austeridade. só juntos poderemos fazer a diferença.