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ODIVELAS: PONTINHA E FAMÕES: A ESQUERDA QUE LHES DÁ LUTA - PAULO SOUSA

Num artigo de opinião, o primeiro candidato na lista do Bloco de Esquerda à União das Freguesias de Pontinha e Famões, Paulo Sousa, identifica os problemas da freguesia e apresenta algumas das ideias que protagoniza para a Pontinha e Famões.

Podes ler o artigo em baixo

 

 

 

A ESQUERDA QUE LHES DÁ LUTA

Uma freguesia deve ser construída a pensar nos seus habitantes. As freguesias de Famões e da Pontinha – agregadas à força pela prepotência do ex-ministro Miguel Relvas – estão nos antípodas de um modelo de desenvolvimento urbano sustentado. Na nossa freguesia reina o betão, a mobilidade dos cidadãos é diminuta, o desemprego e a pobreza completam o resto do cenário. Um membro da Assembleia Municipal de Odivelas, eleito pelo Partido Socialista, dizia que a “Pontinha é a freguesia menos cuidada pela Câmara Municipal”. É difícil fazer melhor síntese.

A freguesia é marcada por uma diversidade profunda – com zonas de alta densidade populacional e outras áreas menos populosas. Esta desigualdade é produtora de um problema grave ao nível da habitação. O Bloco de Esquerda propõe um plano de reabilitação urbana, ancorado numa revisão urgente do Plano Diretor Municipal. É imprescindível defender o envolvimento das populações (e das suas comissões de moradores) no processo de legalização das AUGI. Num tempo de crise a proposta da esquerda é clara: quem caiu no desemprego não pode cair na rua.

É necessário reverter as políticas de mobilidade e de transportes que têm vindo a ser seguida na Pontinha e em Famões. A Pontinha tem problemas estruturais no que diz respeito ao serviço de transportes públicos. Exemplo disso são as debilidades no acesso às unidades de saúde, com especial incidência no Hospital Beatriz Ângelo. Da mesma forma, o racismo social que condena os bairros da Vertente Sul ao isolamento é inaceitável. Em Famões, o problema da ausência de um serviço de transportes públicos que responda às necessidades dos cidadãos é tão ou mais premente, em particular no período noturno e aos fins-de-semana. O Bloco de Esquerda defende a constituição de uma rede de transportes públicos assente em dois eixos fundamentais: a ligação de Famões e da Pontinha aos interfaces de transportes e serviços básicos (como escolas e unidades de saúde); e a articulação de uma rede de autocarros dentro da própria freguesia. Só assim é possível reverter a situação e assumir uma postura efetiva de defesa da mobilidade e do ambiente.

Valorizar o espaço público da freguesia é o primeiro passo para dinamizar a atividade económica local. Ao contrário dos mega-projetos prometidos e nunca executados pelo executivo municipal PS-PSD, o incentivo à economia de proximidade é a melhor forma de ultrapassar a crise e criar emprego. Exigimos uma regra muito simples na distribuição dos sacrifícios: quem tem mais, tem obrigação de pagar mais. Assim, o Bloco de Esquerda propõe a criação de uma taxa sobre os bancos que têm ATM na via pública de modo a eliminar a desigualdade em relação aos pequenos comerciantes.

Em 1974, a revolução que devolveu a liberdade a Portugal foi comandada a partir da Pontinha. Quase quatro décadas depois, estamos perante um ataque sem precedentes contra todos os nossos direitos. Perante este cenário, a esquerda tem duas obrigações: não se render perante a injustiça e apresentar soluções alternativas. Esta é a razão da candidatura do Bloco de Esquerda.

 

Paulo Sousa,

Odivelas, 30 de Agosto de 2013

(Artigo publicado no jornal Odivelas Notícias de dia 5 de Setembro)