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OPINIÃO: CTT PRIVADOS - MENOS BALCÕES, PIOR SERVIÇO

A privatização dos CTT trouxe aos consumidores e contribuintes vários problemas. Entre eles está o decréscimo da qualidade de serviço prestado à população em virtude da não distribuição domiciliaria diária (em alguns locais ocorre apenas uma vez por semana) ou a falha consecutiva de cumprimento de prazos legais devido ao atraso no tratamento e entrega de registos com notificações e citação via-postal.

O não cumprimento dos prazos nas entregas expresso compromete as trocas comerciais e, por arrasto, a economia do país e a população depara-se com problemas judiciais, tentando comprovar a data efetiva de tais entregas.

Adicionalmente, o englobamento de mais serviços e o aumento da área de distribuição por cada carteiro traduz-se num aumento de acidentes rodoviários, colocando em risco as suas próprias vidas e as dos restantes utentes da via pública.

Por outro lado, o aumento do tempo de espera nas lojas no seguimento da integração dos balcões do banco CTT e o encerramento de outras tantas, sem que tivesse existido um redimensionamento de funcionários adequado à nova realidade, coloca novamente em causa a prestação de um serviço público de qualidade à população.

Estes encerramentos de balcões continuam até hoje. Por exemplo, a estação de correios do Campo Grande encerrou a 30 de Dezembro, obrigando a população, maioritariamente idosa, a deslocações superiores a 3 km.

Sendo o objetivo principal da administração privada dos CTT o lucro, o foco de atenção nas estações de correios está em desviar as pequenas poupanças (maioritariamente em produtos de aforro) para os perigosos produtos bancários, com todos os riscos que isto implica.

Por último, verificamos ainda o desmembramento do ativo imobiliário a preços abaixo do mercado, colocando em causa existência de espaços físicos que garantam estes serviços, num possível retorno do serviço para a esfera estatal.

Artigo publicado a 15 de janeiro, no esquerda.net