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ODIVELAS: CANEÇAS E RAMADA: MAIS ESQUERDA PARA RENOVAR CANEÇAS E RAMADA

Em artigo pubblicado no jornal Odivelas Notícias, o primeiro candidato da lista do Bloco de Esquerda à União das Freguesias de Ramada e Caneças, Luís Miguel Santos, lembrou vários dos problemas que afetam a freguesia, sem esquecer o contexto nacional em que se disputam as próximas eleições autárquicas. Descatou ainda o facto de existir uma necessidade de renovação profunda dos órgãos dirigentes da freguesia.

Podes ler o artigo completo abaixo.

 

MAIS ESQUERDA PARA RENOVAR CANEÇAS E A RAMADA

A 29 de Setembro realizam-se eleições autárquicas. Nessas eleições, para além da escolha dos governos locais, estará também em causa a política da troika e quem a defende e protagoniza. Neste contexto, dar força ao Bloco de Esquerda é deslegitimar a política que tem destruído milhares de vidas, como acontece por exemplo com o aumento da precariedade, a redução de salários e pensões, o record do desemprego ou o aumento dos despejos.

No concelho de Odivelas os efeitos da crise também se têm feito sentir. A par disso, a política de bloco-central levada a cabo pelo PS, há muito com o apoio do PSD, não tem conseguido dar uma resposta eficaz às necessidades das populações, bem pelo contrário. Os interesses privados continuam a ter prioridade, como fica claro na proposta de privatização da água e do saneamento, na constituição de Parcerias Público-Privado para construir um mega-pavilhão e uma escola ou mesmo nas avenças pagas pela CMO por serviços que o próprio município possui (serviços jurídicos, por exemplo).

Lamentavelmente as freguesias da Ramada e Caneças não são uma exceção nesse panorama. A especulação imobiliária tem sido a pedra de toque da política de urbanismo, com os resultados que se conhecem: falta de espaços públicos de qualidade; dificuldades de mobilidade devido ao mau planeamento das urbanizações e ao excesso de automóveis nos passeios; serviço de transportes públicos incapaz de responder às necessidades da população; o aumento do número de casas vazias.

Para responder a estas e outras questões, o Bloco propõe uma solução de esquerda que coloque sempre o interesse das e dos cidadãos à frente de qualquer outro. Um eleito do Bloco na Assembleia de Freguesia bater-se-á contra a gestão privada de espaços públicos, como acontece com alguns espaços verdes na Ramada. Com o fim da gestão privada dos espaços públicos sai valorizado o saber e competência dos e das trabalhadoras, assim como o próprio serviço público.

Nesse âmbito, propomos que sejam criados espaços públicos de qualidade, com equipamentos que permitam a prática de atividade física para todos. Defendemos a expansão dos estacionamentos automóveis, de modo a permitir a desobstrução dos passeios e lembramos a necessidade urgente da construção de passeios na estrada nacional 250, em Caneças, garantindo assim a segurança dos peões. Bater-nos-emos para que os horários dos transportes públicos sejam alargados, particularmente, no período noturno e aos fins-de-semana e lutaremos pela criação de uma carreira que circule dentro das freguesias, ligando todos os serviços públicos, a preços reduzidos.

No domínio da habitação sempre defendemos o agravamento do IMI para as casas devolutas, com o objetivo de incentivar o mercado de arrendamento. A par dessa proposta, defendemos uma aposta na reabilitação urbana, como forma de responder à crise. Essa aposta assenta na recuperação do parque habitacional e posterior colocação no mercado de arrendamento a preços controlados, através de uma bolsa social de arrendamento.

Responder á crise na Ramada e em Caneças não pode deixar de passar por uma valorização da economia local, seja o comercio, as pequenas industrias, a captação de novas atividades ou a valorização do património histórico. É absolutamente prioritário reabilitar as fontes de Caneças e conseguir que o Castro da Amoreira possa ser recuperado e dado a conhecer a todas e todos, sem exceção.

Assim sendo, votar no Bloco de Esquerda, para além da escolha de uma política ambiental, económica e socialmente responsável, é optar por romper com soluções já gastas e que nada trazem de novo.

 

Luís Miguel Santos

4 de Setembro de 2013

(Artigo originalmente publicado no Odivels Notícias do dia 12 de Setembro)